Basta o tempo começar a fechar para os moradores das Vilas São João Batista e Brenner, no Bairro Divina Providência, em Santa Maria se encherem de preocupação. Isso porque as duas áreas estão entre as que sempre são afetadas pelas fortes chuvas em Santa Maria. No local, o problema é recorrente por conta da proximidade das vilas com um afluente do Arroio Cadena. E não é de hoje que os moradores sofrem com o problema e pedem melhorias. Em 19 de fevereiro do ano passado, por exemplo, um aguaceiro deixou cinco quadras da Avenida Borges de Medeiros debaixo d'água, assim como ruas transversais.
O comércio do local também costuma ser atingido – e alagado – a cada chuvarada. José Evaristo Noal, ou seu Juca, como é conhecido, é proprietário de um armazém na Avenida Borges de Medeiros e já perdeu as contas das vezes que precisou erguer os móveis do estabelecimento para não ter mais prejuízos com alagamentos. O sossego só veio depois que ele providenciou uma obra no local.
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– Eu herdei o mercado da minha família. Sempre que chovia forte, entrava água e danificava as mercadorias. No final de 2016, eu reformei e ergui o chão para não ter mais prejuízo – afirma.
Conforme a presidente da associação de moradores, Vera Regina Ribas, a cada chuva forte, a água desce em alta velocidade na Avenida Borges e entra, também, em várias casas da região.
– Além do barro que se forma e do lixo que vem com as águas, os esgotos e dejetos vêm junto. O cheiro fica insuportável – conta.
Moradores convivem com alagamentos há 21 anos em rua de Santa Maria
O dono da Agropecuária e Ferragem Avenida Borges, Elton Pendeza, 49 anos, sofre há seis anos com os com os alagamentos e prejuízos decorrentes das chuvas fortes.
– A água fica pelo joelho. Molha toda a mercadoria – lamenta.
Muitos desses alagamentos ocorrem por conta do assoreamento do Arroio, que está cheio de lixo, como restos de sofás, geladeiras, roupas e equipamentos eletrônicos.
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Além disso, a pinguela que servia de passagem sobre o Cadena foi retirada do local em 23 de março deste ano. Ela fazia a ligação entre as Vilas Brenner e Caturrita. Muitas crianças, professores e moradores, que usavam a pinguela para ter acesso à Escola Municipal de Ensino Fundamental Tenente João Pedro Menna Barreto, agora precisam fazer uma volta grande para chegar ao local.
Vila Brenner sofre com a falta de infraestrutura
Desde que a prefeitura entregou à comunidade as casas populares da Vila Brenner, as reclamações só aumentaram. Muitas ruas não têm calçamento, os carteiros não passam no local, e os moradores estão sem transporte coletivo, em razão da precariedade das vias.
– A prefeitura arrumou as ruas daqui, mas o ônibus passa só no começo na vila. O pessoal tem que sair no frio, na chuva, no sol, caminhando até a parada. Muitos precisam sair meia hora antes do horário do ônibus só para chegar a tempo – afirma Luiz Carlos de Oliveira, que mora na Vila Brenner há quatro anos e é dono de um estabelecimento comercial.
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Morador a três anos e meio da Vila Brenner Luiz Fernando Jacobi Filho, ou alemão, como é conhecido na região, também reclama dos buracos nas ruas. Os moradores também reclamam que quando chove, as ruas alagam e passar por ela fica difícil.
– Os vizinhos passam com as calças arremangadas e com as crianças no colo para não ter perigo de pegar uma doença ou cair em um buraco – conta Jacobi.
O que diz a prefeitura:
Sobre os alagamentos:
Conforme o vice-prefeito Sergio Cechin, que coordena o Núcleo de Avaliação e Prevenção de Desastres (NAP-Desastres), os locais estão entre os 261 pontos já identificados pelo Núcleo e, também, pela Comissão da Câmara de Vereadores que trata sobre o assunto. Segundo Cechin, o Cadena deverá receber o serviço de desassoreamento em breve. Para a empreitada, a prefeitura precisa de mais duas escavadeiras que estão sendo providenciadas pelo Executivo.
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Sobre buracos e falta de calçamento:
Conforme o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Paulo Roberto de Almeida Rosa, diferentes serviços foram realizados no local, de forma a garantir condições adequadas e segurança aos moradores da região. De acordo com Almeida Rosa, quase todas as ruas da Vila Brenner receberam os serviços de patrolagem, empedramento e compactação no último mês. Ainda de acordo com o Secretário, uma ponte, localizada na Vila São João Batista, também foi reconstruída, com a colocação de cabeceiras e guarda-corpos.
Sobre as ruas de paralelepípedo que estão esburacadas, Almeida Rosa disse que não há previsão de reparos neste momento porque o quadro de servidores da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos não conta com calceteiros.
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O que diz a ATU:
Conforme o gerente operacional da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) Cristian Andretta, a linha São João/Carolina passa ao lado do loteamento. Quando o local foi inaugurado, a Vila Brenner não contava com estrutura física para a passagem do transporte coletivo. De acordo com ele, a preocupação dos transportadores é que os canos subterrâneos estourem com o peso dos veículos, já que a estrutura das vias é precária.
Para que o transporte coletivo comece a passar por dentro do loteamento, a prefeitura precisa fazer uma solicitação à ATU e desenvolver um estudo para que melhorias sejam feitas.
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O que dizem os Correios:
Em nota, enviada pela assessoria de imprensa, os Correios informam que, para haver a entrega em domicílio, é preciso atender às condições previstas, entre elas, o Código de Endereçamento Postal (CEP), a numeração ordenada, individualizada e única dos imóveis, que devem contar com caixa receptora de correspondência. Além disso, os Correios precisam fazer um levantamento que serve como base para a atualização do chamado "Sistema de Distritamento", que avalia o número de objetos postais a serem entregues e dimensiona a necessidade de recursos humanos e operacionais para o atendimento das áreas em expansão da cidade. Os Correios realizam esses levantamentos periodicamente.
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A orientação dos Correios é que, por enquanto, os moradores da Vila Brenner retirem suas correspondências e encomendas na Agência Santa Maria, que fica na Rua Venâncio Aires, 1.742, no Centro, e funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h30min.
Para esclarecer dúvidas ou registrar reclamações, a população pode acessar o "Fale com os Correios", no site correios.com.br